Obra

[2023]A Boca no Ouvido Alguém” Através Editora

A Boca no Ouvido de Alguém” é motivada pela vontade de unir desde a Galiza as linhas criadoras que se fazem atualmente no mapa dialogante e de afetos da(s) lusofonia(s). Representa a urgência de nos deixarmos levar pela correnteza das línguas, do vigor dos corpos-matéria, das pluralidades identitárias, e, tecer este tronco comum galego-lusófono, por vezes tão distante um do outro.

Assim, o desafio proposto foi o de selecionar um conjunto de poetas com data de nascimento a partir do ano de 1975, época de grandes mudanças políticas e sociais, e cuja proveniência fossem da Galiza, Brasil, Moçambique, Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe; vozes, que além de possibilitarem não só novas formas de perceber o tempo que nos tocou viver, também nos desvelassem a multiplicidade potenciadora da expansão do indivíduo e das sociedades que integram; a poesia entendida como exercício de penetração na realidade, afirmando-se como uma nova fonte emocional e dissolvente de ideias, amplificando singularidades. De igual modo, este projeto visa também despertar uma visão diferente da(s) lusofonia(s). Porque partindo desde a Galiza a visão tem de ser obviamente outra, capaz de descentralizar, mas também sendo inclusiva e afectiva, provocando transgressões, fissuras, produzindo novas éticas, que nos retirem da repetição, de atitudes e significações”

*

[2020] Žižek Vai ao Ginásio   Macondo Editora (Edição Brasileira)

W1siZiIsImVkaWNvZXNtYWNvbmRvL3Byb2R1Y3RzL2VjYjQ4YTBiOTVlMzhlZGQxZmE1NTdhNGY3MWJlNmVjYTBmOGU3N2MvaW1hZ2VzL2YwYWYyNTdmLTliNDItNDY5MC1hZmJhLWU5MDlhMTY2OTZjMCJdXQ

“Žižek Vai ao Ginásio é um livro de poemas, e uma experiência, e também um maquinário. Percorrendo certa tradição do lirismo, mas valendo-se também do poema como matéria física, em que conta a sua disposição desenhada na página como possível chave de leitura, Tiago Alves Costa constrói uma obra que consegue se aproximar do nosso zeitgeist. Menção honrosa no Prémio Internacional de Poesia Glória de Sant’Anna 2020, Žižek Vai ao Ginásio, nos desdobramentos de suas seções, é um livro contundente e irônico, que aborda temas como o desemprego, a falta de dinheiro, a vida e suas dificuldades – isso se confundindo e se esbarrando na poesia, no trabalho do poeta, nas críticas ao sistema literário como um todo. Em seu texto de posfácio ao livro, a poeta Anelise Freitas diz: “É isso, chamam-me. Gritam-me porque fazemos juntos uma antiode para o sistema. Na merda, ganha quem souber adubar. Sentir-me bem comigo mesma enquanto desmorona o mundo faz de mim uma egoísta? Ou hedonista? Ou realista? A verdade é que estamos na bad o tempo todo e qualquer fração de afeto nos interessa muito, mas queremos delivery e queremos express. É importante ter uma língua de sofrimento.”

*

[2019] Žižek Vai ao Ginásio  Através Editora (Associação Galega da Língua)

Zizek_capa

 

[ A cabeça avança e a linha da escrita também. Uma energia subtilmente projectada que espanta e estremece. Textos cujas distintas vozes nos conduzem numa experiência pura como se não quisessem perder o pé de uma vertigem anunciada. A linha da escrita num instante que não permite a previsão certeira do próximo passo a dar: a imprevisibilidade, e nela o mundo que se uniformiza. Neste livro, isso mesmo: a intensidade, o ritmo e o movimento como sólidos pilares de uma lucidez poética ]

Gonçalo M. Tavares

*

[2016] Mecanismo de Emergência Através Editora (Associação Galega da Língua)

20150613_capa ppal_web

[…Se absurdo é explicar ao leitor o que vai encontrar nestas páginas, algum sentido tem, porém, transmitir o que eu percebi nelas: a surpresa e o paradoxo, o desassossego e o medo, a luz da velhice e a da infância, um poder anónimo, mas omnipresente, que se desenvolve sobre nós, a dor e a incomunicação, a mistura entre os aparelhos e os sentimentos -um Álvaro de Campos do século XXI-, a necessidade de imigrar para dentro… E tudo isso, para além do anterior, ao abrigo da elegância e da beleza, visíveis, da língua]

Trecho do prefácio de Carlos Taibo.

*

[2012] w.c constrangido Grupo Criador Editora

W.C

[O que fai o noso Tiago é inventar novos poemas do eterno humano, historias animadas que sendo súas, viven, non obstante, por si mesmas. Non é posible pensar fóra do tempo, porque a vida, fóra del, non é absolutamente nada. O poeta revélanos o verdadeiro significado das palabras, a súa esencia, é un auténtico “rescate ético” o que se nos ofrece, en oposición ao rescate financeiro que non trae máis ca ruína intelectual e afundimento moral. Vemos nos poemas o esqueleto do poder, a súa aparente fortaleza, que non é máis ca produto da nosa desidia e parálise. Estamos tan afeitos a deixarnos enganar polo PODER e polos pequenos poderes que nos adormecen, que cómpre ter moita coraxe e lucidez para facer algo tan sinxelo, aparentemente, como recuperar o valor e o sentido que as palabras teñen de seu (…)]

Trecho do prefácio de Manuel Eiroa.

*